DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor (Entrepeneurship) Prática e Princípios. São Paulo: Pioneira, 1987.

Resenha da Parte 04, Capítulos 16, 17, 18, 19 e Conclusão (pág. 285 a 364)

Há varias estratégias para poder colocar em pratica as idéias inovadoras e empreendedoras de um novo negócio, ou de uma empresa que já esteja bem estabelecida no mercado. Nesta obra o autor enumera quatro estratégias que podem ser usadas separadamente, mas nada impede que sejam usadas combinações delas.
A primeira estratégia é chamada “Com Tudo e pra Valer”. Nesta estratégia o que vale é tentar colocar todas as energias e mentes da empresa em ação com o único objetivo de ser a líder do mercado. Porem esta estratégia é muito arriscada pois se não for bem sucedida logo de primeira a empresa poderá amargar prejuízos irrecuperáveis, por isso antes de se usar esta estratégia é necessário em planejamento muito bem feito.
A segunda estratégia se chama “Golpeá-los Onde Não Estão”. Ela se baseia em observar atentamente o mercado a procura de áreas ainda não exploradas ou brechas deixadas em áreas que estão sendo mal atendidas. Esta estratégia sés divide em “Imitação Criativa” e “Judô Empreendedor”. A imitação criativa não é apenas a imitação de uma idéia que já teve, é na verdade um aprimoramento e uma releitura de uma idéia que não foi bem aproveitada em todo o seu potencial. Judô empreendedor seria como aproveitar uma brecha em uma estratégia errada de uma concorrente e com isso conseguir uma melhor posição no mercado, isso acontece porque muitas empresas não percebem as oportunidades que tem a sua frente, e por isso um concorrente pode aproveitar isso e roubar os clientes de outra empresa.
A terceira estratégia é “Nicho Ecológico”, esta estratégia se baseia em conseguir se posicionar em um segmento de mercado que seja tão pequeno que torna praticamente impossível a concorrência. O problema dessa estratégia é que muitas empresas ao adotá-las ficam dependentes de uma única atividade especializada, caso sejam inventadas novas maneiras de fazer o que ela faz provavelmente a empresa vai a falência.
A quarta estratégia se chama “Mudança de Valores e Características” e se baseia em pegar um produto e serviço que já existe e agregar novos valores e características a eles, de modo satisfazerem as necessidades dos consumidores que antes estavam sendo parcialmente ou mal atendidas.
Concluindo o livro Drucker(1987) fala sobre a importância de se transformar a sociedade atual em uma sociedade empreendedora, na qual todos os segmentos, principalmente o setor público, tenham o compromisso permanente com a inovação e o empreendedorismo como forma de se mudar o mundo e a sociedade em que vivemos.
Acredito que como sempre as idéias de Drucker são exatas e perfeitas. O empreendedorismo poderia ser benéfico para toda a sociedade e não só as empresas, se todas as atividades pudessem contar com um bom planejamento e controle, e com a idéia de sempre se tentar melhorar o que já existe e criar idéias novas, as chances de sucesso seriam com certeza maiores.

Matéria: A Loja Virou Parque, Adriana Pavlova, Revista Exame, 24/09/2008

Na tentativa de atrair mais clientes, lojas da Europa e dos Estados Unidos transformam suas lojas em verdadeiros parques temáticos e de entretenimento, com cachoeiras, lagos, paredes de escalada e todo tipo de parafernália tecnológica.
Essas lojas estão transformando a experiência do consumidor ao não limitá-las apenas a pontos de vendas, e sim lugares de entretenimento onde o cliente não apenas compra o produto mas também pode fazer um verdadeiro test-drive do equipamento ou produto que estiver comprando.
A Globetrotter da Alemanha é uma loja que vende produtos para a pratica de esportes e montou uma loja que faz com que o cliente fique imerso totalmente no universo só que esta comprando. A loja tem um pequeno lago onde podem ser testados de caiaques a roupas de mergulho. Tem paredes de escalada para que possam ser testados produtos relativos a alpinismo. Câmaras frigoríficas onde podem ser testados equipamento e roupas para áreas geladas equipadas com câmeras infravermelhas que vêem o calor que esta sendo liberado. Alem de ter uma decoração que tem a ver com todo os produtos que são vendidos nas lojas.
Por isso a loja corresponde ao faturamento de 10% da rede de lojas e recebe visitantes de outras cidades.

Análise:

O caso registrado acima reflete o uso de duas estratégias, a primeira delas corresponde a “Golpeá-los Onde Não Estão” e a outra é “Mudança De Valores E Características”.
Ela se enquadra na primeira estratégia porque a empresa citada acima apesar de atuar em uma área com grande concorrência e de vender produtos também vendidos pela concorrência, inovou porque observou o mercado e ouviu os consumidores, através disso viu que havia áreas que podiam ser melhores exploradas e também que podia aumentar a satisfação do cliente, e assim fidelizá-lo.
O porque do enquadramento na segunda estratégia é porque a empresa resolveu agregar novos valores e características as suas lojas, e de transformar a experiência de compra em algo que dê satisfação e prazer ao cliente, o que faz que além de comprar um produto ele compra uma experiência completa. Isso fica gravado positivamente em sua mente e fará que provavelmente ele volte a loja, fique mais tempo, e traga novos clientes com ele.

"A REVOLUÇÃO DOS NETBOOKS"

DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor (Entrepeneurship) Prática e Princípios. São Paulo: Pioneira, 1987.

Resenha da Parte 03 (Capítulos 12, 13, 14 e 15; pág. 197 a 284)

Nesta parte do livro Drucker (1987) escreve sobre a importância da empresa ter uma administração empreendedora e as diretrizes e praticas que podem ser usadas para conseguir este objetivo.
As empresas precisam que o empreendimento sistemático faça parte do seu dia a dia e que isso seja um compromisso que envolva a alta administração da empresa. Normalmente qualquer empresa pode estabelecer o empreendedorismo como parte de sua cultura, mas as empresas que já estão no mercado têm mais chances fazer isto funcionar. As empresas novas geralmente estão muito preocupadas com o negocio recém-criado e muitas vezes não teria uma estrutura para guiar projetos inovadores em paralelo com a sua atividade principal. Existem varias diretrizes que a administração da empresa deve seguir para que a inovação e o empreendedorismo façam parte da cultura da empresa. A primeira diretriz seria a empresa não temer o novo, muitas empresas vem o novo como uma ameaça e deixam escapar oportunidades que são aproveitadas pela concorrência. A segunda diretriz é a conscientização do fato que as coisas mudam e deterioram e que os produtos e serviços da empresa tem um ciclo de vida, e devem ser periodicamente revisadas quanto a sua eficiência as participações no mercado. A terceira diretriz é fazer um raio-X da empresa e verificar o que já esta obsoleto e onde há espaço para inovar e melhorar. A quarta e última diretriz é o abandono do que já não esta mais funcionando direito e a implementação das inovações necessárias.
Como praticas empreendedoras o autor enumera 3: avaliação do ambiente interno e externo a procura de oportunidades; gerar espírito empreendedor por toda a administração da empresa; e ouvir os colaboradores da empresa a fim de saber as seus valores e idéias e aspirações dentro da empresa e como eles podem ajudar a empresa alcançar os objetivos propostos.
Deve-se avaliar constantemente o desempenho das praticas empreendedoras da empresa e criar uma estrutura onde as pessoas possam conduzir os novos projetos sem interferências que prejudiquem o processo.
Sobre as instituições de serviço o grande problema é a falta de metas atingíveis. A grande maioria das instituições de serviço publico tem uma missão que vêem como sagrada e para isso gastam de maneira exagerada para conseguir cumprir essa missão, só que geralmente essa missão é impossível de ser cumprida como acabar com a fome ou com a violência. O mais sensato é fazer o máximo possível e de maneira o mais eficiente que se puder, assim são otimizados os recursos disponíveis.
Os novos empreendimentos devem ser vistos como a futura fonte de sustento da empresa ou algo que a colocará em um novo patamar de mercado. Devem ser cuidados com o máximo de carinho, sem contudo se desprezar a sua eficiência e eficácia, e por isso uma parte dos esforços da empresa devem estar sempre enfocados na melhoria constante como uma forma de garantir a sua sobrevivência ao longo do tempo.


Matéria: A Revolução dos Netbooks, Camila Fusco, Revista Exame, Ed. 928, 08/10/2008

A matéria fala sobre o surgimento de uma nova onda de computadores, os mininotebooks, computadores do tamanho de um caderno, com teclado e tela apertados e com poucos recursos, como surgiram e o crescimento do mercado para esta nova proposta de computador.
Esse tipo de notebook foi lançado pela ASUS, uma fabricante taiwanesa de computadores, e no início a novidade não era bem vista pelos outros fabricantes de PC’s. Os fabricantes diziam que o fato desses mininotebooks terem poucos recursos faria deles um fracasso de vendas, mas o que ocorreu foi justamente o contrário.
Apesar de não terem muitos recursos esses mininotebooks foram e atualmente continuam sendo um sucesso de vendas devido ao seu baixo custo e peso e devido também a servirem para o que mais se espera deles: acesso a Internet.
Graças ao sucesso de vendas todos os outros fabricantes de computadores passaram a imitar a idéia da ASUS e lançaram também os seus mininotebooks.

Análise:

A matéria acima fala sobre uma idéia inovadora que proporcionou a empresa a criação de novas demandas para um publico que não se pensava existir e melhorou a posição da empresa dentro do mercado de informática.
A idéia de desenvolver notebooks de baixo custo para a população mais pobre não era uma idéia nova, e já fora tentado por algumas outras empresas, mas o que fez a ASUS ser bem sucedida foi a simplicidade e a pesquisa sobre o desejo do consumidor.
De acordo com Drucker (1987), as empresas têm que sempre buscarem ser inovadoras e empreendedoras e foi exatamente o que aconteceu no caso citado na matéria acima. Ela buscou colocar suas idéias inovadoras em prática através de uma administração empreendedora, que esta sempre buscando novas idéias as quais poderão ser transformadas em novos produtos e serviços. As chances das empresas que adotam o espírito empreendedor em sua cultura corporativa se manterem por mais tempo é maior bem como seu posicionamento no mercado.

"COM A CARA DA CLASSE C"

DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor (Entrepeneurship) Prática e Princípios. São Paulo: Pioneira, 1987.

Resenha do Capitulo 02 (pág. 27 a 196)

Logo no primeiro capitulo o autor fala sobre o pensamento corrente sobre o que é visto como empreendedorismo e o que ele julga como verdadeiro empreendedorismo.
Na visão do autor empreendedorismo é visto como uma ou mais pessoas se aventuram a abrir o seu próprio negocio e tornarem-se patrões de sis mesmas. Mas para Drucker o empreendedorismo se caracteriza por criar uma nova demanda para o que antes não existia, e como principal ferramenta tem-se a inovação.
O autor fala que tanto o empreendimento como a inovação podem ser sistematizados e mostra o que acredita ser as sete fontes de oportunidade inovadora que são: O inesperado (sucesso, fracasso ou evento externo); A incongruência (entre a realidade como ela é e a realidade que se espera); Necessidade do Processo; Mudanças na estrutura da industria ou do mercado; mudanças demográficas; Mudanças em percepção, disposição e significado; e Conhecimento Novo (científico e não-científico.
Basicamente todas essas fontes de oportunidade inovadora podem ser resumidas a estar atento a todas as oportunidades que surgirem e ter um pensamento crítico sobre o ambiente interno e externo da empresa, e principalmente senso de oportunidade.
Através de vários estudos de casos Drucker (1987) expõe que uma situação que muitas vezes pode ser vista como fracasso na verdade pode conter os elementos que a empresa precisa para lançar um novo produto ou serviço no mercado. Os administradores também devem ficar atentos ao sucesso inesperado que pode advir de alguma estratégia da qual não se esperava retorno elevado e que de repente dá um retorno além do esperado. Nesta situação o senso de oportunidade também é importante já que a empresa pode descobrir uma demanda que antes não existia e assim melhorar sua posição no mercado.
Dessa forma o autor está totalmente correto em afirmar que a inovação pode ser deliberada tanto através de pesquisas quanto da observação atenta de todos os cenários e de se aproveitar as oportunidades quando estas surgirem.

Matéria: Com a Cara da Classe C, Ana Luiza Herzog, Revista Exame, 24/09/2008

A matéria fala sobre uma idéia simples mas que pode gerar oportunidades inovadoras. A empresa Positivo Informática que fabrica computadores para uso domestico e em escritórios.
Os executivos da empresa já sabiam que seus consumidores tinham o habito de decorar os seus computadores com fotos de amigos e familiares, adesivos e coisas do gênero, e com isso também perceberam que essa poderia ser uma oportunidade de explorar uma demanda ainda não explorada e que poderia gerar uma nova linha de produtos.
Com essa idéia na cabeça contrataram uma empresa de design para prestar consultoria a esse respeito, e essa empresa descobriu que principalmente entre a classe C o computador era o centro da casa, sendo decorado com imagens e até com toalhinha de mesa.
Com o resultado desta pesquisa a Positivo Patenteou um novo tipo de gabinete para computador o qual deverá ser lançado no mês de outubro.

Análise:

O que a matéria mostra é que oportunidades inovadoras podem ser deliberadas e em certas ocasiões não demandam muitos recursos para consegui-las.
Uma observação atenta da realidade na qual a empresa está inserida e principalmente, ouvir atentamente os consumidores, suas queixas e seus anseios, pode ser a melhor e mais barata maneira de conseguir inovações preciosas as quais poderão posicionar as empresas em melhor posição no mercado e até gerar novas demandas que antes não existiam.
Essa matéria reflete o que Drucker (1987) fala sobre fontes de oportunidades inovadoras, neste caso especifico a empresa verificou uma característica inesperada no uso de seus produtos e viu isso como uma oportunidade de inovar e criar valor para seus consumidores, criando um novo tipo de produto que vai de encontro com as necessidades de seus consumidores e com os seus valores.